Mariana Schuh tem 17 anos, mas vivências de uma veterana quando o assunto é tradição gaúcha. Ela espalha a magia dessa cultura para centenas de estudantes
A cada dia de programação farroupilha que acolhia as escolas na sede do CTG Candeeiro da Amizade, em Vera Cruz, lá estava ela, pronta para ensinar alguns passos de dança para os pequeninos, crianças menores de três anos, até os grandinhos do Ensino Fundamental. A cada convite para externar sua paixão pelo tradicionalismo no ambiente escolar, lá estava ela também, faceira, afinal, quem sabe dali sairão futuras Marianas, apaixonadas como ela. Aos 17 anos de vida, Mariana Schuh é a 1ª Prenda Juvenil do CTG Candeeiro da Amizade. Ela é jovem, estudante do 3º ano do Ensino Médio. Mas quando o assunto é tradicionalismo, não seria exagero dizer que é veterana.
“Como eu ‘nasci dentro do CTG’ – pela minha família estar envolvida, meu avô ter sido patrão por quatro vezes – é um pouco difícil de imaginar como uma criança não sabe o que é um Centro de Tradições Gaúchas, mas tem muito”, reflete Mariana. Durante a semana passada, ela visitou 15 escolas de Vera Cruz e as crianças diziam: “oi gaúcha”, e ela, por vez, respondia “mas tu também é gaúcha”, destaca.
Mariana acredita que existe falta de conhecimento da cultura, talvez por não ser tão abordada nas escolas e, também, por não ter influência familiar ou de amigos, afinal, considera ser muito difícil alguém ir sozinho para o CTG, sempre há algum conhecido ou familiar que vai acompanhar. “E como uma apaixonada e entusiasta da nossa cultura que sou, ter a oportunidade de fazer esse trabalho com as crianças pelo quarto ano é muito gratificante e vejo que elas aprendem coisas novas”, acredita.
“Como se fossem para a Disney”
Para a prenda, essas oficinas que vêm sendo realizadas no CTG pelo terceiro ano consecutivo auxiliam, sim, na ambientação dessas crianças e adolescentes com a cultura gaúcha. “Alguns pequenos vieram falar comigo que lembraram de mim de anos anteriores, ou de ter ido às escolas. Para nós, que estamos envolvidos nas atividades do CTG, andar a cavalo, por exemplo, pode ser algo banal, para alguns uma atividade diária, e para essas crianças é como se elas fossem para a Disney. A felicidade que ficam quando se fala em andar a cavalo é algo surreal. Além de ser muito gratificante a atenção deles enquanto estamos dançamos, chegam a não piscar os olhos. E quando chamamos para ensinar eles a dançar, ficam eufóricos e mesmo que alguns um pouquinho desengonçados, se saem muito bem. Após a realização dessas oficinas, já recebemos novos integrantes em nossas invernadas, principalmente a Dente de Leite e a Infantil”, constata.
Mariana ressalta que é possível o amor pela tradição florescer em qualquer idade. “Acredito muito que a experiência, seja ela qual for, se faz sentido, cria uma memória afetiva, sim. E isso não é diferente com essas crianças”, arremata.
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