Por meio de atividades culturais e campeiras nas escolas e CTGs são criadas memórias afetivas que marcam a infância
20 de setembro, dia especial para os gaúchos que celebram a Revolução Farroupilha, seu legado, suas tradições. Nos dias que antecederam esse feriado, os municípios se rechearam de programações com cardápios típicos, com bailes, momentos cívicos e diversas ações de integração. Mas talvez um dos pontos mais emblemáticos seja a programação variada que envolve a criançada, seja nas escolas ou nos CTGs, todas cultivam o mesmo objetivo: plantar a semente do tradicionalismo desde a infância.
Em Vera Cruz, a programação oficial dos Festejos Farroupilhas se concentrou no CTG Candeeiro da Amizade, e sair do ambiente escolar com a criançada para vivenciar o espaço de cultivo das tradições gaúchas já foi, por si só, motivo de muita alegria para a criançada. Em média, 400 estudantes passaram diariamente pelo local. E quando essa criançada é tão miúda que está aprendendo o que é ser gaúcho? Que memória que fica?
Ana Clara Radtke e Théo Muller têm cinco anos, são da pré-escola da Emei Pingo de Gente. Enquanto ele confessou que havia andado a cavalo pela primeira vez, nesta semana, a coleguinha se mostrou experiente, mesmo com tão pouca idade. Na inocência infantil, o que o guri gostou foi ver a marca da pata do cavalo no chão. Enquanto acompanhava a entrevista, o amiguinho Miguel Assmann, de quatro anos, também quis deixar sua palavra: “eu gostei que o cavalo mostrou a língua”, e caiu na gargalhada.
As educadoras que acompanhavam cada turminha foram registrando essas vivências nas fotografias, mas reconhecem: as maiores lembranças ficarão na memória afetiva de cada um. Elas sabem que muitos dos alunos não possuem contato frequente com um ambiente de CTG, alguns talvez nunca estiveram antes. “Momentos como esse são ricos e aproximam eles da vida rural, do cavalo, do campo”, argumenta a diretora da Emei Pingo de Gente, Leila Nunes.
E são momentos que se somam ao que é vivido e estimulado nas escolas, com o uso das vestimentas, das músicas, até mesmo do preparo do churrasquinho. “Com certeza ano que vem vão nos perguntar: ‘quando vamos no CTG de novo?’. Assim vamos plantando a semente do tradicionalismo, criando memórias ao vivenciarmos a cultura”, salienta a vice-diretora Júlia Mueller.
A secretária municipal de Educação, Micheli Rech, assegura que a cada ano a procura das escolas vem aumentando, o que reforça que a receita tem dado certo. Com a distribuição de estudantes a cada dia, nos dois turnos, é possível que participem do momento de dança, da lição de bocha, do passeio a cavalo e com o tuk tuk – espécie de charrete puxada pela moto. “São experiências que eles estão tendo nestes dias que vão ficar. E a intenção é realmente essa, que eles tragam as famílias para dentro do espaço do CTG e vivenciem a tradição”, aponta. São vivências que ainda se somam a outros estímulos, como os concursos de poesia e desenho, por exemplo, e que a cada ano podem aperfeiçoar, participar de novo, e assim desenvolvendo cada vez melhor.
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