Jurados reconheceram participação dele na morte de Erickson Pires, em 2021; acusado multirreincidente tem penas somadas que já passam de 100 anos

Promotor salientou provas juntadas no processo | Foto: Cristiano Silva/Grupo Arauto
Foi finalizado nessa quinta-feira (17) no Poder Judiciário um dos processos de homicídio mais emblemáticos registrados em Santa Cruz do Sul nos últimos anos. Maikel Henrique Paranhos da Silva, vulgo Mosquitinho, de 36 anos, foi condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato de Erickson da Silva Pires, de 26 anos. As penas somadas do acusado multirreincidente, que é conhecido nos meios policiais por envolvimento em outros delitos graves como tráfico de drogas e roubo, já chegam a 116 anos.
Atualmente, Mosquitinho cumpre prisão na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva). O crime pelo qual ele foi condenado aconteceu por volta das 18h de 17 de maio de 2021, na Rua Doutor Guilherme Hildebrand, ponto conhecido como Nova Imigrantes, no Bairro Arroio Grande. A vítima foi atraída até o local e acabou sendo morta a tiros. Também réu julgado nesta quinta, Diogo Alves Lauermann, de 23 anos, foi absolvido de todas as acusações.
O júri, que iniciou 9h30min, foi presidido pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse. Gustavo Burgos de Oliveira representou o Ministério Público (MP). O defensor público Arnaldo França Quaresma Júnior fez a defesa de Mosquitinho. Já uma bancada formada pelos advogados Ana Paula Cordeiro Krug e Gustavo Bretana representou Diogo, que respondeu em liberdade o caso. Quatro homens e três mulheres foram sorteados para formar o conselho de sentença, que analisou as responsabilidades dos réus e as teses de acusação e defesa. O delegado Alessander Zucuni Garcia prestou depoimento. Entre os acusados, Mosquitinho decidiu ficar em silêncio, enquanto Diogo preferiu falar à juíza e negou sua participação.
Cinco foram denunciados pelo caso

Bretana e Ana Paula defenderam réu Diogo | Foto: Cristiano Silva/Grupo Arauto
Ao todo, cinco pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil e denunciadas pelo MP como envolvidas no homicídio de Erickson da Silva Pires. Além dos dois réus julgados nesta quinta, em sessão anterior realizada em 26 de setembro de 2024, Kaynã Lacerda, de 29 anos, foi condenado a 20 anos de prisão e está na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan); já Vilberto Carlos Dávila de Oliveira, de 23 anos, foi sentenciado a 16 anos de detenção e cumpre pena no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. Um quinto envolvido, Guilherme Franceschet Lopes, de 26 anos, faleceu de causas naturais em 1º de dezembro de 2024, antes de ser julgado, e por isso teve a punibilidade extinta.
O caso teve como pano de fundo o tráfico de drogas. Segundo as investigações, Guilherme, Vilberto e Diogo, sob ordens dos apenados Kainã e Mosquitinho, teriam ido até a Nova Imigrantes e matado Erickson da Silva Pires, este que foi atraído por meio de contato telefônico de dentro do presídio feito por Kaynã. Guilherme então teria estacionado o automóvel, tendo o denunciado Vilberto saído do carro e, portando uma arma, disparado contra a vítima. Na sequência, o motorista fugiu do local com os envolvidos. O crime, segundo a denúncia, foi praticado por motivo torpe, em virtude de Erickson possuir dívidas do tráfico com o denunciado Kaynã, que teria ordenado a execução.
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