Ouvi, em algum momento, uma frase que me marcou sobre o leite materno: amor em estado líquido. Eu concordo. O alimento considerado de ouro nutre muito mais do que o corpo.
Pintamos o ano de colorido, cada mês com sua cor. São causas muito justas e que merecem atenção, visibilidade, destaque.
Agosto Dourado, portanto, é o mês de conscientização sobre a importância da amamentação, do aleitamento materno. E você, sabe a diferença entre os dois? Conforme nos explicou a pediatra dra Clarissa Aires Roza, o ato de amamentar é dar o peito diretamente ao bebê, enquanto ao aleitamento materno é quando o leite da mãe é oferecido de outra maneira, seja por copinho, uma colher ou até mesmo na mamadeira.
Minha experiência pessoal com a amamentação tem duas fases. A primeira – que acredito que seja comum a muitas mães – foi angustiante, dolorida. Bebê mamando pouco e sem jeito, leite empedrando, uma dor até então nunca sentida. Sorte a minha ter tido auxílio de profissionais que foram na minha casa orientar, explicar, ajudar. Porque ainda que tenhamos muita informação, na prática, minha gente, a coisa muda muito.
Como Amanda chorava por ter cólica, até entendermos isso também foi desafiador. A família, tentando ajudar e achando que ela tinha fome (sabe o mito do leite fraco? É mito!), até mamadeira e uma lata de fórmula nos levou. E, claro, entendemos perfeitamente a boa intenção. Mas fomos resilientes – eu e meu marido – e conseguimos transpor os primeiros dias de desafio sem desistir da amamentação exclusiva.
Porque sim, o pai, companheiro, tem um papel muito importante neste momento. Se ele apoia, tudo fica mais fácil. É um suporte à mãe para a carga emocional e física de nutrir e cuidar da criança.
Depois deste primeiro momento, a segunda fase foi mais leve e fluida. Teve, sim, a angústia de ser a única provedora de alimento para o bebezinho, que imagino também ser fator compartilhado por muitas mães nos primeiros seis meses. Mas teve muito amor envolvido, muitos momentos que não se explicam em palavras. Conexão.
A verdade é que amamentar não é intuitivo e fácil. Existe um primeiro momento de aprendizado, de mãe e filho, de encontrar a maneira adequada, de se conhecerem e se entenderem. Da natureza agir. E é muito, muito fácil desistir. Porque existem outros recursos, que estão ali prontos e disponíveis, ao alcance de nossas mãos. Mas se você tem a oportunidade de amamentar, não a perca. É um momento de vínculo que nenhum outro método substitui. É um laço que se cria.
E se não der, está tudo certo também.
O que precisamos é reforçar os incontáveis benefícios para a saúde da mãe e do bebê, um alimento feito exclusivamente para ele, com tudo – tudo mesmo – que o bebê precisa. Até os seis meses nem água e chá ele precisa tomar se for amamentado. Sem contar no vínculo afetivo, que é para toda a vida.
O aleitamento materno é um direito, da mãe e do bebê. Está aí, anualmente, o Agosto Dourado para mostrar a importância da causa e fazer ecoar a mensagem: amamentar é amor.
Aproveitamos o Agosto Dourado para conversar sobre este tema tão importante com a pediatra e consultora internacional em Amamentação dra Clarissa Aires Roza e a enfermeira obstetra e consultora Alessandra Bergamo. É só dar play!
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