O terrorismo urbano cresce, quadrilhas e milícias se enfrentando, casas e condomínios sendo invadidos por facções do tráfico
SÃO mesmo tempos difíceis estes que estamos vivendo. Tempos de turbulência, nervosos, de incertezas, não só aqui nesse Brasil do Caburaí ao Chuí, mas em toda a esfera planetária. Como estão se comportando as economias, a saúde, a produção de alimentos, a política internacional, a relação das nações? São tempos complexos, que exigem prudência de análise e serenidade na administração dos desafios cotidianos. Diante de indefinições, como já diziam nossos avós, recomenda-se manter a calma, impõe-se a moderação, procura-se por um equilíbrio e ponderação de conceitos. Não exagerar, não extremar e não romper com os limites a que fomos moldados, eis que o perigo de atos ou decisões precipitadas podem trazer consequências futuras de arrependimentos. Com efeito, se os tempos são de dificuldades muitas, sugere-se viver de modo mais precavido, sem rompantes e atitudes exaltadas. Diariamente a grande mídia farta-se trazendo fatos e imagens absurdas do comportamento humano.
No recente jogo de futebol entre Atlético Mineiro e Flamengo, por exemplo, o que justifica uma lamentável pancadaria ao final? E não é caso único. Torcidas organizadas rivais de grandes clubes se digladiam ostensivamente, e mesmo com profusas e grotescas cenas captadas nas câmeras de monitoramento, pouco ou nada acontece com os vândalos de estádios. Na Europa, igualmente um jogo de futebol foi motivo para um confronto generalizado de etnias, entre palestinos e judeus. Já não bastam os confrontos ensandecidos das guerras e a violência agora migra também para os centros urbanos.
Na semana passada, um empresário e delator de uma facção criminosa foi morto em pleno Aeroporto de Guarulhos, São Paulo, em tiroteio generalizado que ainda vitimou um motorista de aplicativo. Local considerado de segurança máxima e mesmo com trânsito de mulheres e crianças nas imediações nada intimidou os executores. Na nossa região, a cada semana há registro de execuções, na maioria de jovens envolvidos com o narcotráfico. Está complicada a vida do cidadão de bem.
O terrorismo urbano cresce, quadrilhas e milícias se enfrentando, casas e condomínios sendo invadidos por facções do tráfico, impondo medo, expulsando, ameaçando e chantageando moradores. Tudo sob a complacência de autoridades engravatadas que orbitam os palácios e mansões do Poder. Os mesmos que garantem a liberdade da bandidagem com uma legislação penal frouxa e benevolente. Políticos de todos os calibres e naipes fazem de conta que discutem sobre segurança acomodados em seus gabinetes, sempre protegidos de agentes pagos com o dinheiro do povo.
Discussão inútil e improdutiva, diga-se, porque nada de concreto é feito e nada ajuda a população. Não passa de um desfile de vaidades e estrelismo para capitalizar dividendos eleitorais com ajuda da grande mídia que prefere hostilizar as ações policiais. O cidadão exige e merece mais respeito. O fim de ano está chegando e ao natural aumenta a circulação nas ruas das cidades. Com certeza haverá também uma segurança pública com mais efetividade. É dever constitucional dos governos dar proteção e resguardar a vida dos seus cidadãos.
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