O futebol gaúcho é notabilizado pela gangorra Gre-Nal. Se um está em baixa, o outro navega em mares tranquilos. Não na metade deste 2024
Implodiu. O futebol, especialmente num grande clube, com nível alto de exigência e num cenário de calendário cheio, com jogos a cada três dias, é muito dinâmico. As coisas mudam muito rápido. Veja-se o caso do Inter: em menos de uma semana perdeu seu treinador, que era uma convicção no início da temporada, colecionou mais uma eliminação, outra vez para o Juventude, alguns de seus principais jogadores passaram a ser questionados por sua atitude e sua postura e até perdas importantes no grupo, como o zagueiro Vitão, estão na iminência de acontecer. A verdade é que com agosto, o oitavo mês o ano, batendo à porta, o Inter vai ter de recomeçar. E tentar salvar o que der de uma temporada altamente frustrante.
Eliminado. O Inter está fora de mais uma competição. Em dois jogos válidos pela terceira rodada da Copa do Brasil, perdeu para o Juventude no Beira-Rio, na última quarta-feira e empatou no Alfredo Jaconi, no sábado. Nos dois jogos, um time que não se repete, que tem problemas de mecânica de jogo, que constrói pouco e que desperdiça muitas chances de gol. Individualmente nomes importantes como Alan Patrick e Valência rendem menos e são menos decisivos do que deveriam. E são cobrados por sua ineficiência em momentos em que deveriam fazer a diferença. O Inter foi eliminado sem qualquer tipo de contestação, porque jamais conseguiu ser superior ao seu adversário. E seu adversário era o Juventude, um clube do interior do estado e um time de meio de tabela no Campeonato Brasileiro. O que diz muito do tamanho da frustração colorada.
Novo técnico. Desde a demissão do Eduardo Coudet, ainda no vestiário depois da derrota em casa, no jogo de ida, contra o Juventude, muitos nomes passaram a ser especulados. Alguns, como Abel, Gallardo e Odair Helmann, logo foram descartados. Paulo Pezolano e André Jardine foram bastante comentados e Fernando Diniz foi contatado. Mas aparentemente, inclusive pela entrevista pós-jogo da classificação do Juventude, no último sábado em Caxias, Roger Machado deve ser o principal alvo da direção colorada. E a julgar pelo que disse, as portas estão abertas.
Afundado no Z4. O Grêmio simplesmente não consegue sair da zona de rebaixamento. Está afundado no Z4, já não consegue escapar em uma única rodada e seu futebol não inspira qualquer expectativa. Aliás, discurso e desempenho, no Grêmio, andam em direções opostas. Enquanto a cada rodada o time se torna mais confuso e mais desestruturado coletivamente, sem qualquer ideia clara de futebol e sem identidade e as individualidades sucumbem, a direção e o técnico Renato garantem que o time vai dar a volta por cima. Sem que nada, absolutamente nada concreto, indique esta retomada.
Mudanças. Se o torcedor quiser se apegar a algum aspecto positivo, tem o fato de que apesar do discurso, ao menos internamente o futebol do Grêmio se deu conta da gravidade do momento. Talvez não saibam o que fazer. Mas sabem que o momento é delicado. No último jogo, o Renato enfim mexeu profundamente no time. Jogadores contestados por desempenho ou postura, como os laterais Reinaldo e João Pedro, deixaram o time. O meio campo, mais encorpado, foi reeditado. E reforços, enfim, começaram a chegar. O meia colombiano Monsalve e o atacante de lado, o chileno Aravena, já foram anunciados. O centroavante Arezzo, uruguaio do Granada, está próximo. E ainda se fala num lateral esquerdo. Dentro da lógica de que é melhor se mover tarde do que ainda mais tarde, enfim o Grêmio dá apáticos indícios de que está reagindo. Fora do campo, por enquanto. Quem sabe ali na frente também dentro das quatro linhas.
Classificado. Na Copa do Brasil, competição que está no seu DNA e em que é um dos grandes vencedores, o Grêmio avançou. Depois de empatar no Paraná, venceu o Operário no último domingo por 3 a 1, num jogo um pouco melhor e vai às oitavas. Resultado e classificação para distensionarem o ambiente e trazer um mínimo de confiança. Não é muito. Mas é um começo.
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