A autuação foi emitida com base em medição realizada em dezembro, a partir de denúncia anônima registrada na Ouvidoria Municipal
O debate em torno da multa aplicada à Comunidade Evangélica do Centro, em Santa Cruz do Sul, após denúncia de poluição sonora causada pelo sino da igreja, ganhou destaque na sessão da Câmara de Vereadores. A autuação foi emitida com base em medição realizada em dezembro, a partir de denúncia anônima registrada na Ouvidoria Municipal. Desde então, o tema tem mobilizado lideranças políticas e religiosas e a própria população local.
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Edson Azeredo (PL) adotou um tom crítico e irônico ao comentar a situação. “É simples. É um anjinho que está com problema. É um morador que não está gostando. A igreja está dizendo que ela pode comprar um aparelho com R$ 10 mil. Pega o seu dinheiro, morador, que não está satisfeito com o sino. Tira 10 mil do bolso, paga. Esse aparelhinho e está resolvido o assunto. Quem é que o senhor acha que chegou antes? O senhor ou o sino da igreja?”, questionou.
O vereador Andrei Barboza (PDT) também demonstrou indignação com a penalidade. “Eu não consigo acreditar. Já vi uma ação forte querendo calar os galpões da nossa cidade. Agora, estão querendo calar as nossas igrejas. Estive falando hoje mais cedo com o colega Edson, com o colega professor Alberto Heck. Já estamos com alguns estudos em andamento e acredito que na próxima semana já venhamos a apresentar uma proposição”, disse.
A chamada Lei do Galpão, como vem sendo apresentada por Andrei, busca garantir segurança jurídica para que entidades culturais de Santa Cruz, como CTGs e escolas de samba, possam realizar ensaios e atividades respeitando critérios previamente definidos, sem correr o risco constante de serem denunciadas por poluição sonora. A proposta surge como resposta a uma lacuna regulatória que persiste há quase dois anos no município.
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Raul Fristch (Republicanos) também pediu empatia na resolução do conflito. “Igreja essa centenária. Há mais de 100 anos, o sino bate, o relógio tem o seu badalar também e agora apareceu um morador que não quis nem se identificar para reclamar do sino da igreja. Isso realmente impressiona. […]o que são as palavras bom senso, empatia e respeito. Nós temos que adequar a nossa vida, não destruir aquilo que já existe”, falou.
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