Conheça a prova que será disputada na Fecars e que se inspira nos mensageiros do passado

Santa Cruz do Sul é a casa do tradicionalismo pelos próximos dias. Grupos de diferentes regiões tradicionalistas já estão no Parque de Eventos para realização da Festa Campeira do Rio Grande do Sul (Fecars) até o próximo domingo (16). Além das provas de rédeas e gineteadas, que normalmente recebem mais atenção da comunidade, outra disputa chama atenção pela herança histórica que carrega.

A prova do chasque em equipe está programada para ocorrer nesta sexta-feira (14), logo depois da recepção da Chama Crioula da Fecars, vinda da 12ª Região Tradicionalista, às 19h. Cada equipe é composta por cinco cavaleiros. Eles recebem a mensagem, dentro de um canudo de couro e, em cada extremidade da raia, é colocada uma baliza. Vence o grupo que entregar primeiro a mensagem ao juiz de chegada.

A inspiração da prova vem do passado, de cerca de 350 anos, quando cavaleiros levavam mensagens de um lugar a outro. Há registro do uso da palavra já em 1680, em correspondência entre as Missões Jesuíticas. Sem o trabalho do carteiro e antes da invenção da internet, a função desse grupo se baseava mesmos princípios de confiança e de rapidez que hoje são utilizados na troca de mensagens pelos aplicativos.

Antes mesmo da presença no território mais próximo, uma prática semelhante podia ser observada no Império Inca. Na era pré-colombiana, antes dos anos 1500, havia um grupo de pessoas que tinham o ofício de chasques. Ser um desses profissionais era uma honra e desafio, já que a comunicação do império dependia deles. Mesmo sem cavalos, os chasques conseguiam fazer a mensagem alcançasse até 320 quilômetros em um dia.