Geral e Região

Comercialização de tabaco chega na reta final

Publicado em: 12 de julho de 2019 às 15:15 Atualizado em: 21 de fevereiro de 2024 às 13:46
  • Por
    Luciana Mandler
  • Fonte
    Jornal Arauto
  • Foto: Luciana Mandler/ Jornal Arauto
    compartilhe essa matéria

    Plantio da nova safra já começou. Mas, Vale do Rio Pardo ainda tem 1% de fumo estocado nos galpões do ciclo anterior

    Depois dos dias de baixas temperaturas, os produtores estão a todo vapor no plantio de tabaco para a nova safra, ainda que haja quem tenha fumo nos galpões. A exemplo está a produtora Elisabete Bartz, de 53 anos, moradora do interior de Vera Cruz, que ainda tem estocado 33,33% da produção. A agricultora faz parte dos produtores inseridos em 1% de tabaco que falta ser comercializado na região do Vale do Rio Pardo, conforme o gerente técnico da Afubra, Paulo Vicente Ogliari. Este é também o percentual de fumo estocado nos galpões de Santa Cruz do Sul, Vera Cruz e Vale do Sol.

    No caso de Elisabete, a permanência das folhas de tabaco armazenadas no galpão e o “atraso” na preparação dos fardos ocorreu em virtude de problemas de saúde. “Acabei ficando doente e tivemos que esperar. Mas se pudesse venderia tudo no começo, pois vende melhor”, acredita. “Na minha opinião, não é muito bom segurar”,sublinha.

    Para Elisabete, que planta fumo há 31 anos ao lado do marido, Mauri Nestor Bartz, de 58 anos, só vale a pena segurar se a safra é fraca. “Aí as firmas procuram”, salienta. Quem também aconselha a não segurar o fumo é Ogliari. “Os produtores têm que repassar. As empresas estão finalizando as compras”, explica. “Este 1% só não entregou ainda, pois nas empresas é limitado o número de cargas por dia”, completa. “De qualquer forma, não adianta segurar, pois o produtor não receberá um valor melhor”, finaliza.

    ÚLTIMA CARGA
    Das cerca de 300 arrobas produzidas na safra 2018/2019,  em torno de 100 estão sendo preparadas para serem transportadas. Devido à desvalorização do trabalho e pelo fato das filhas não terem interesse em seguir com a produção, este é o último ano que o casal produziu tabaco. O objetivo, a partir de agora, é focar na produção de leite.

    O PREÇO
    Conforme pesquisa parcial efetuada pela Afubra, o produtor está conseguindo, em média, R$ 9,67 por quilo.  “Esse valor está abaixo do TO2, que é o preço médio histórico da tabela de preços mínimos”, avalia Ogliari, que lembra que as tabelas são individuais.

    ALERTA AOS PRODUTORES
    Para aqueles produtores que ainda têm tabaco estocado em casa, a orientação é de que invistam em sistema de segurança na propriedade. Conforme o comandante da Brigada Militar de Vera Cruz, tenente Carlos Moisés Savian dos Passos, não existe mais lugar seguro. “É importante que o produtor coloque trancas nos galpões e quem tiver condições, que instale sistema de alarmes”, sugere. “Quem tem cães, que fique atento quando acoam demais. Quando transportar a carga, é importante avisar um familiar e, se possível, investir na instalação de rastreador. Em caso de movimentação estranha, contate a Brigada”, finaliza.