Após pressão, o Ministério da Agricultura se comprometeu a publicar uma portaria suspendendo o pagamento das dívidas de produtores rurais com bancos
Após pressão de parlamentares e entidades do setor agropecuário, o Ministério da Agricultura se comprometeu a publicar, nos próximos dias, uma portaria suspendendo temporariamente o pagamento das dívidas de produtores rurais com bancos. Em entrevista à Arauto News 89,9 FM, o deputado federal Marcelo Moraes criticou a falta do compromisso do Governo Federal com os agricultores e destacou a necessidade de políticas públicas para ajudar o setor.
Segundo Moraes, a decisão é um primeiro alívio para os agricultores gaúchos, duramente afetados por cinco anos consecutivos de seca. O parlamentar reforçou que a economia do Rio Grande do Sul é fortemente dependente do agronegócio e que muitos produtores já estão negativados, sem capital para custear a próxima safra.
“O Governo Federal não tem sido sensível com os produtores, tem deixado o agricultor com algumas preocupações e dado algumas respostas vazias. O governo não tem dado a devida pressa para o assunto. Nós não temos mais tempo de ficar discutindo. Nós temos que agir. E eu acredito que essa suspensão seja o primeiro passo dessa ação. Suspende, não negativa os agricultores e a partir daí nós vamos discutir como vai ser feito o pagamento e como vamos ajustar isso para frente”, destacou.
De acordo com o parlamentar, a suspensão das dívidas poderá se estender por até quatro anos, conforme avaliação individual baseada no manual do agricultor. Uma comissão deverá ser formada para discutir os critérios e, futuramente, o modelo de pagamento. O deputado também cobrou que a medida inclua dívidas com cooperativas de crédito, além de contratos feitos por CPF, abrangendo assim um número maior de produtores.
Ainda, Moraes defende a aprovação de uma proposta de securitização da dívida agrícola, em tramitação no Congresso, que prevê carência de quatro anos e pagamento em até 20 anos, com juros reduzidos. O deputado destacou também que, apesar das adversidades climáticas e das perdas recorrentes nas safras, o Rio Grande do Sul mantém uma das menores taxas de inadimplência agrícola do país, abaixo de 4%.
“O Governo Federal tem sim que se sensibilizar com o agro gaúcho. Esses agricultores não estão pedindo nada de graça, nada dado. Eles querem apenas um fôlego para que possam pagar essa dívida. Eles não têm culpa nenhuma se a chuva não veio, se veio uma enchente, não foi por culpa dos agricultores”, apontou.
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