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Quem já foi filha de Berna?

Publicado em: 10 de maio de 2019 às 15:46 Atualizado em: 21 de fevereiro de 2024 às 11:17
  • Por
    Luiza Adorna
  • Fonte
    Portal Arauto
  • Fotos: Luiza Adorna/Portal Arauto
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    Ao alugar um quarto em uma pensão próxima à Unisc, centenas de jovens ganham uma nova mãe

    O ditado diz: coração de mãe sempre cabe mais um. No caso de Bernardete Henn Aretz, já foram mais de 200 meninas acomodadas em seu peito. A Berna, como é conhecida, administra pensões ao lado da Unisc em Santa Cruz, mas o que era um negócio, tornou-se uma grande família. Ao lado de Átila Jacó Aretz, com quem casou em 1976, construiu mais do que casas para jovens que precisam estudar. Ergueu alicerces mais firmes do que os de qualquer edificação. Juntos, se tornaram não só referência na hora de alugar um lar, mas também para os conselhos que só quem é mãe e pai conseguem dar.

    Desde 1996, quando a primeira casa foi erguida, a pensão da Berna foi lar de meninas de todos os cantos do Rio Grande e também de outros Estados. O casal sempre teve companhia. Quando o Jacó faleceu – e deixou centenas de filhas sem pai de coração -, Berna precisou ser ainda mais forte. Além de perder o amor de sua vida, com quem teve o filho Cláudio, precisou administrar um serviço sozinha, mas também tocar em frente uma grande família, absolutamente feminina. Ao mesmo tempo, quando se viu sem chão, teve diversas mãos delicadas lhe puxando para cima, de volta a vida, lhe motivando a continuar.

    Todo dia quando acorda e faz o tour pelas pensões, Berna é mãe de todas as jovens que os pais confiaram a ela. Ajuda na limpeza das casas, verifica se tudo está bem, se precisar leva no médico e até dá conselhos. Relembra o tempo ao lado de Jacó e, é claro, também deixa recadinhos. Na pensão da Berna é preciso ter ordem e regras, como ela gosta de destacar. Desde o início, já foram quase 23 anos de história, de meninas que vieram e foram embora, de muitas que voltaram – com filhos no colo ou novidades a contar.  De quem nunca se esquece de chegar na Rua Dona Flora e espiar se está tudo bem com aquela mãe que não é de sangue, mas que lhe cuidou, com todo amor, pelo tempo que precisou.