1º Festival da Bolacha de Natal de Sinimbu iniciou na noite deste sábado com emoção e destacou quem ajudou a reconstruir o município
Com velas e lanternas nas mãos, a comunidade de Sinimbu deixou a Igreja Evangélica após o culto, com apresentações do Coral Municipal de Sinimbu e do Conjunto Musical da Comunidade de Linha São João, a passos firmes pelo centro para a abertura do 1º Festival da Bolacha de Natal de Sinimbu, na noite deste sábado (7). O caminho se iluminou e se alegrou pelas canções natalinas que acompanharam o percurso até a praça central, e quem percorreu pôde perceber uma cidade que ainda convive com destroços causados pela enchente de maio, a maior da sua história, mas sobretudo com sua reconstrução, movida por muitas mãos, conhecidas ou anônimas. E esse reconhecimento foi a tônica da abertura da programação natalina que se seguiu, com a homenagem ao voluntário anônimo, uma forma de agradecer a todos, que de alguma forma estiveram mobilizados para ajudar os sinimbuenses a recomeçar. As festividades foram promovidas pela Cacis – Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sinimbu em parceria com o movimento voluntário Por Sinimbu.
O presidente da Cacis, Thomas Koch, ressaltou que a intenção do evento foi espalhar a gratidão. A caminhada da Igreja Evangélica até a Católica, seguida pela abertura da festividade, buscou iluminar a cidade, frisou ele. “O festival é pra gente agradecer por tudo o que foi feito por Sinimbu, por todos os voluntários que estiveram aqui na nossa cidade e a gente quer com esse festival, trazer o voluntário de volta para Sinimbu para ele ver o que já conseguimos fazer, o que eles nos ajudaram a fazer e tudo o que já está funcionando na nossa cidade“, completou.
Emocionada, com a vela em mãos, a prefeita Sandra Backes reforçou as palavras do gestor da Cacis. “São tantos sentimentos bons, todos juntos, ao mesmo tempo, e essa caminhada da luz significa esperança, o renascimento e vida nova. A nossa cidade, comparada ao que ela estava no início de maio, hoje ela está reconstruída com a ajuda de muitos voluntários. A gente só tem a agradecer a todos os voluntários, ao grupo Por Sinimbu que olhou do outro lado para nós e nos trouxe muito mais do que apenas o ombro amigo. Eles trouxeram para nós alternativas para a nossa reconstrução, principalmente para o nosso comércio, que estávamos todos praticamente isolados, abandonados e sem grandes perspectivas de como recomeçar. Então, através de muita solidariedade, através de muita empatia das pessoas, nós tivemos todas essas forças, principalmente a união de forças das nossas pessoas e das pessoas que trouxeram toda essa força e essa energia positiva de fora, principalmente da nossa região aqui do Vale do Rio Pardo, como de todo o país, inclusive fora dele“, destacou.
O caos virou esperança
“Voluntário, você é a razão da nossa alegria“. Dizia o banner fixado ao lado do palco. O voluntariado é transformador e cada ação é uma oportunidade para fazer a diferença, destacou o protocolo do ponto alto da noite. O Presidente da Cacis acrescentou que “enfrentamos um dos maiores desafios com a enchente, que não apenas levou os bens materiais, mas desafiou a buscar forças para nos reerguer. Pessoas de todos os cantos do RS e do Brasil nos ajudaram. Muitos deixaram seus lares e com gesto de amor e solidariedade trouxeram amor e esperança para nossas vidas“. Impacto poderoso da união foi visto em Sinimbu.
Na noite de sábado (7), as bolachas de Natal são símbolo do que a comunidade pode construir junto mesmo depois das adversidades, frisou ele, reafirmando que “nosso compromisso é construir, reconstruir e nos fortalecer como comunidade. Em meio à destruição surgiu o brilho da solidariedade e através do movimento Por Sinimbu, transformaram o caos em esperança“. Ao desejar que esse espírito de união cative as futuras gerações de Sinimbu, Koch encerrou dizendo “que o festival da bolacha de Natal seja doce e marcante, como nossa história de superação”.
Betina Backes e Luciana Gastal, ambas com raízes em Sinimbu, conduziram a homenagem ao voluntário anônimo que atraiu ao palco grupos organizados, representantes de empresas e pessoas que simbolizaram a todos que se envolveram de alguma forma para ajudar. No telão, um vídeo relembrou os momentos de terror com a força de destruição das águas, mas também outra força, a de empatia, solidariedade e cooperação.
“Todos precisavam de tudo”, disse Luciana. Em cada relato, de roupas encharcadas e tudo embaixo d’água, muitos se identificaram. Na mesma medida, muitos se articulavam, faziam redes de apoio para enviar remédios, alimentos, roupa, tudo, porque tudo estava em falta. Outros tantos colocavam seu nome para entrar nas casas para os mutirões de limpeza. “Se não fosse a ajuda do outro, Sinimbu não estaria como está”, disseram as porta-vozes da homenagem.
A noite que teve feira de artesanato, bolachas, apresentação musical e Papai Noel, foi dedicada aos heróis, aos conhecidos e aos anônimos. Aos que vestiram capas de chuva, aos que do conforto de suas casas doaram o que podiam para ajudar a reconstruir, aos que fizeram campanhas. Aos que fizeram a diferença por Sinimbu.
Programação de domingo (8) – Praça do Monumento ao Imigrante
13h | Início da Feira de Gastronomia e Artesanato | Brinquedos
13h30 – Pátio da EMEF Glória | Oficina de decoração de bolachas
14h30 – Igreja N. Sra. da Glória | Contação de História “Sinimbu e o conto de Natal”, de Alessandra B. Fischer, com Josiane Lucas
15h15 – Igreja N. Sra. da Glória | Apresentação do Coral Vozes do Anchieta, de Vera Cruz
16h – Palco Central | Apresentação da Banda do 7º BIB
17h – Palco Central | Apresentação do grupo Le Farfalle
17h15 às 19h15 | Presença do Papai Noel
18h30 – Igreja N. Sra. da Glória | Vocal Nota Livre, Arroio do Meio
19h – Igreja N. Sra. da Glória | Coro e Orquestra de Câmara da Unisc
20h – Palco Central | Show Natal Gaúcho com Wilson Paim