Um trabalhador de Santa Cruz do Sul que recebe salário mínimo precisa trabalhar 96,33 horas para adquirir o conjunto de 13 produtos
A cesta básica em Santa Cruz está um pouco mais barata. Ou melhor, R$ 33,50 mais barata. A variação do custo foi de -5,14% no período de 2 de julho a 7 de agosto de 2024, passando de R$ 651,76 para R$ 618,26, segundo levantamento do Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Dos 13 produtos pesquisados, nove apresentaram redução e quatro produtos apresentaram elevação de preço. A redução da oferta de vários produtos/marcas verificada nos levantamentos de maio e junho praticamente não aconteceu neste levantamento, apenas pontualmente para algum produto nos supermercados pesquisados.
As maiores contribuições para esta redução do custo da cesta básica nacional foram do tomate (contribuição de -3,578%), da batata Inglesa (contribuição de -2,099%) e da carne bovina (contribuição de -0,934%). Os produtos que frearam uma redução maior da lista foram o pão francês (contribuição de 2,168%) e a banha (contribuição de 0,244%).
A variação acumulada da cesta básica desde o início de 2024 é de -5,730% e, num período de 12 meses, é de 1,162%, uma elevação de R$ 7,11 acima do que custava em agosto de 2023.
Com este custo da cesta nacional, um trabalhador de Santa Cruz do Sul que recebe no início deste mês de agosto o salário mínimo precisa trabalhar 96,33 horas para adquirir o conjunto de 13 produtos, ou 5,22 horas a menos que o necessário no mês de julho.
Pesa no bolso
A partir dos gastos com alimentação é possível estimar o salário mínimo necessário para o atendimento das necessidades básicas do trabalhador e de sua família. Seguindo a mesma metodologia utilizada pelo DIEESE, o valor do salário mínimo em Santa Cruz do Sul para o mês de julho de 2024, pago no início do mês de agosto, deveria ter sido de R$ 5.155,04 para uma família composta por dois adultos e duas crianças. Com este custo da cesta básica nacional, o salário mínimo deveria ser 3.650 vezes maior do que o atualmente vigente.
A cesta básica nacional relaciona um conjunto de alimentos que seria suficiente para o sustento e bem-estar de um trabalhador adulto ao longo de um mês, tomando como base o Decreto Lei nº. 399, de 30 de abril de 1938, que regulamenta a Lei nº. 185 de 14 de janeiro de 1936 – da instituição do Salário Mínimo no Brasil. Este Decreto estabelece que o salário mínimo é a remuneração devida ao trabalhador adulto, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, capaz de satisfazer, em determinada época e região do país, às suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte.
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