Marcelo Moraes e Heitor Schuch falaram sobre o tema durante entrevista à reportagem da Arauto News
A Câmara dos Deputados aprovou, nessa terça-feira (6), um projeto que prevê o aumento do número de cadeiras na Casa de 513 para 531 a partir da legislatura de 2027. A proposta foi aprovada por 270 votos favoráveis contra 207 contrários. A reportagem da Arauto News 89,9 FM ouviu os deputados Marcelo Moraes (PL-RS) e Heitor Schuch (PSB-RS), representantes da região do Vale do Rio Pardo, para comentar a decisão. Moraes votou contra a medida e Schuch se absteve.
O deputado Marcelo Moraes se posicionou de forma contrária ao projeto e criticou o aumento de cadeiras. Para ele, a proposta vai na contramão das expectativas da população e representa um gasto público desnecessário.
“Nós hoje temos 513 deputados, a matéria votada prevê o aumento para 531 deputados federais. Essa matéria, na minha óptica, ela joga ao contrário daquilo que as pessoas esperam de nós, dos nossos votos aqui na Câmara dos Deputados. Eu acredito que nós já temos deputados demais a nível de Brasil e essa equação, fazendo com que a proporcionalidade seja atendida, ela pode ser feita de várias formas. Esse cálculo poderia ter sido aumentado o número de cadeiras para que alguns estados não perdessem, mas também era possível não estabelecer aquele número mínimo de oito deputados por estado. Nós temos oito estados que tem oito deputados por uma questão de barreira mínima. Porém, esses estados, pela proporcionalidade, teriam direito, muitas vezes, a ter dois a quatro deputados. Então, eu acredito que essa decisão foi uma decisão errada da Câmara. Sou totalmente contra o aumento de gasto público, o aumento do número de deputados e eu acredito que essa matéria deva ser barrada no Senado Federal.”
Já o deputado Heitor Schuch explicou sua decisão de não apoiar a proposta, classificando-a como incompleta e injusta. Segundo ele, a medida compromete a representatividade de setores menos populosos, como o meio rural.
“Eu não votei a favor deste projeto porque eu considero incompleto e injusto. Vou dar o argumento. Em 1984, quando Rio Grande do Sul passou a ter 55 deputados estaduais, nós tínhamos 8 milhões de habitantes. Hoje, em 2025, nós temos mais de onze milhões de habitantes. Diminuir o número de parlamentares de 55 pra 49, pra mim é totalmente incoerente. Portanto, eu não votei a favor com esse argumento de que vai prejudicar muito setores específicos, setores mais pequenos em população. Todos nós sabemos das pautas importantes que tem na agricultura, mas se forem poucas as cadeiras no parlamento, deputados oriundos desses setores não vão ter mais espaço na Assembleia Legislativa. Então, esse foi o principal argumento que me fez não votar a favor disso. Compreendo e respeito quem entende diferente, mas acho que quando se fala em representação, em proporcionalidade, nós temos que olhar justamente também para setores que não são a maioria da população, não são os mais abastados. E se formos olhar para o Rio Grande do Sul, nós vamos ver que 88% da população é urbana e apenas 12% é rural. Diminuindo o número de vagas, os rurais vão ter cada vez menos ou ficar sem nenhum espaço na Assembleia Legislativa.”
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