Santa Cruz do Sul já abrigou diferentes cinemas que contribuíram para a formação cultural cinematográfica da cidade
Este material faz parte do Concurso Multiplataforma Grupo Arauto e Unisc e foi produzido por estudantes de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
Por Ana Júlia Werlang, Lívia Maria Silveira Aguiar, Manuela Pedroso dos Santos e Maria Eduarda Lau Coimbra
Este documentário é uma produção realizada para o 1º Concurso de Audiovisual Multiplataforma. O projeto é uma iniciativa do Grupo Arauto de Comunicação com os Cursos de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).
É um trabalho conjunto das alunas Ana Júlia Werlang, Lívia Maria Silveira Aguiar, Manuela Pedroso dos Santos e Maria Eduarda Lau Coimbra.
A decisão do tema foi alterada ao longo do seu desenvolvimento. A primeira proposta foi "A História da Comunicação e dos Meios Multiplataformas". Esse conteúdo foi escolhido pelo interesse das alunas do segundo semestre em aprofundar seus conhecimentos na história que permeia as profissões escolhidas e as variadas possibilidades que trazem todos os meios de comunicação multiplataformas. Contudo, o universo cinematográfico, uma das formas de comunicação, se destacou como assunto de interesse geral do grupo. Por este motivo, a temática foi alterada e redirecionada para o cinema em Santa Cruz do Sul.
Neste contexto, foi escolhido o Cine Victoria para representar um recorte dos cinemas da cidade. Santa Cruz do Sul já abrigou diferentes cinemas que contribuíram para a formação cultural cinematográfica da cidade.
Além disso, o cinema, em geral, é uma forma de arte que exerce um impacto profundo na cultura e na sociedade. A criação de um documentário sobre o Cine Victoria é a oportunidade de contar e exemplificar uma trajetória que teve grande relevância.
O documentário busca fomentar a nostalgia de assistir filmes em salas de cinema. Cada vez mais a produção cinematográfica migra para produções em streaming e os cinemas, como espaço físico de lazer e cultura, vão perdendo sua popularidade. “Cine Victoria, poltronas estofadas e som perfeito” pretende desempenhar um papel significativo para contribuir com a preservação da história local e da cultura cinematográfica. Ao mesmo tempo, procura demonstrar um pouco como esta arte da comunicação pode influenciar a vida das pessoas. Com isso, conseguimos celebrar e preservar uma parte importante da nossa herança.
É válido ressaltar que o cinema em Santa Cruz do Sul se fez presente antes mesmo da chegada da instalação da rede elétrica. Para a primeira exibição cinematográfica, por exemplo, foi necessário gerar energia elétrica por uma máquina de indução a vapor da firma santacruzense Sastri & Cia em 1902.
Em 1953, um grupo de cidadãos uniu-se com o propósito de construir um cinema confortável juntamente ao Hotel Charrua. Assim, em 26 de setembro de 1959, inaugurou o Cine Victoria. Localizado na rua Mal. Floriano, 230 – Centro, Santa Cruz do Sul, onde ainda funciona o hotel. Para contar essa história contamos com depoimentos de Gilberto Freitas, Mauro Ulrich e Marcus Mello. Todos envolvidos de alguma forma com o Cine Victoria. Gilberto Freitas frequentava o Cine Victoria semanalmente quando era jovem. Gostava muito dos filmes exibidos, da estrutura, conforto e da organização do cinema.
Mauro Ulrich era frequentador assíduo. O Cine Victoria tinha valor na sua vida pessoal e profissional, pois era ele quem fazia as críticas dos filmes para o jornal. Foi ele também que escreveu a reportagem de encerramento “Foi um tornado que passou aqui”.
Marcus Mello desde criança era levado pela sua família para assistir filmes. O Cine Victoria foi tão impactante na vida dele que hoje trabalha também com cinema. Ele enviou um texto chamando os santacruzenses para a última sessão e este fato comoveu a população. E, assim, a despedida do Cine Victoria foi com a sala cheia.
As gravações principais puderam ser no espaço onde funcionava o cinema. A estrutura se mantém, apesar de que hoje a sala de exibição não está mais conservada como antes. Por ainda ter o Hotel Charrua, o restante do local está em ótimas condições. Os entrevistados contaram detalhes sobre como eram os dias em que assistiam aos filmes, e sua rotina. Também contaram como era a divulgação, o espaço físico.
O Cine Victoria, pela sua estrutura, conseguia receber outros espetáculos, que também são expostos ao longo do documentário. O documentário também conta como foi a decadência e fechamento do Cine Victoria, e como isso impactou cada um dos entrevistados.
Esses relatos demonstram como os espaços físicos dos cinemas foram cenários de inúmeras vivências. E que esses momentos foram de profunda importância para cada um deles. Essa paixão pelo cinema ainda vive em alguns moradores de Santa Cruz do Sul. Por isso, o documentário busca relembrar a existência desse cinema, o poder e o impacto que possui e apresentar tudo isso às pessoas que não tiveram oportunidade de experienciá-lo.
Confira o documentário:
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