Cada cidade, pequena ou grande, que tenha no seu histórico a chegada de imigrantes, procura resgatar a saga e as tradições
PAROU? Por que parou, parou por que? O retetê do festão de outubro lá do outro lado do rio Pardinho ficou pra trás, nas boas lembranças com belas e alegres imagens que inundaram as redes sociais. Aliás, pode-se dizer, sem dúvidas, que outubro é o mês estigmatizado nos últimos anos como o mais animado do calendário. Especialmente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, cada vez um maior número de cidades revive a saga e as tradições dos imigrantes, não só de alemães, mas também de italianos, de portugueses, de açorianos, de austríacos, de poloneses, de ucranianos entre outras tantas etnias que singraram pelos mares revoltos, adotaram e trabalharam pelo Brasil que os acolheu e mantiveram a cultura de origem. Cada cidade, pequena ou grande, que tenha no seu histórico a chegada de imigrantes, procura de uma forma ou outra resgatar a saga e as tradições da pátria que um dia deixaram em busca de novos horizontes. Estes eventos multiculturais acabaram se tornando um destino chamativo, até porque as comunidades aproveitam essa diversidade para sair do anonimato, alcançar visibilidade, ofertar hospitalidade e movimentar a economia local por meio de um turismo integrado. Agências de turismo programam a vinda de passeios e excursões que são levadas a conhecer as atrações também nas localidades vizinhas. Só para exemplificar, em função dessas promoções, atualmente são centenas de marcas de cerveja alternativas que foram criadas nas mais diversas cidades do Sul, um legado vivo dos imigrantes que vai atravessando gerações. A produção de cervejas variadas, artesanais ou ampliadas, algumas já com escala industrial, teve um crescimento notório nas últimas duas décadas. Muitas delas iniciaram, de fato, em “fundo de quintal” para usar uma gíria bem conhecida. De cervejeiros anônimos, foram aperfeiçoando as técnicas e cuidados de produção, alcançando sabores diferenciados, atraindo a cada fermentação novos consumidores, de tal forma que centenas de marcas se encontram disponíveis nas gôndolas de mercados, ao lado dos grandes e tradicionais rótulos. Tem espaço e clientela para todos. O Sul é uma grande cervejaria a céu aberto. Ao lado da cerveja, a gastronomia típica está igualmente sendo aprimorada a fim de satisfazer a todos os gostos e paladares. Essa evolução integrada chamou atenção de empresas de turismo que a exemplo da Alemanha estão planejando roteiros com degustação em cervejarias, gastronomia e outros atrativos do segmento cultural como música e danças características. Outubro está, pois, consagrado como o mês das festas no Sul. O turista e o consumidor agradecem. Prosit.
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