Tendência nociva
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Tendência nociva


Publicado 28/06/2018 15:01
Atualizado 29/06/2018 10:24

 

Estou observando há algum tempo uma tendência. De que os jogadores de futebol perderam a coragem de chutar a gol de longa distância. No futebol mundial, poucos arriscam: Cristiano Ronaldo, Phelippe Coutinho, Tony Kross, Casemiro, entre outros. E o que vimos é que as equipes insistem no tique-taque para dentro da área e querem fazer o gol apenas dentro da área. É claro que as defesas, em sua grande maioria, acabam interceptando as jogadas.

Cito a Copa do Mundo como exemplo, mas podemos pegar inúmeros exemplos no Campeonato Brasileiro, Gaúcho, no futebol amador. Todos querem entrar na área a toque e fazer o gol. E cadê o chute de longa distância?

Bem, todos sabem que atualmente todos os treinadores insistem nos treinamentos em campo reduzido. Insistem no futebol dois toques e nas jogadas até bem próximo à área. A nível amador, todos sabem como vem crescendo o futebol sete ou futebol society, como queiram. E o que é o futebol sete, se não é um campo reduzido?

Isso vem prejudicando o futebol em geral. Não se chuta mais a gol, com raras exceções. E como são bonitos os gols feitos de longa distância. É uma constatação que talvez, mais gente tenha. ­É preciso mudar o treinamento, investir em metodologias que favoreçam o chute de longa distância, sob o risco dele desaparecer.

Já terminaram com as jogadas pelas pontas, há algum tempo atrás, centroavante também é algo em extinção, e agora, mais o chute a gol de longa distância! Seria chato demais de ficarmos assistindo a toque-toques e firulas que em 90% das situações não resultam em nada.

 

Copa da Rússia

O Mundial de futebol na Rússia está mostrando suas surpresas. As dificuldades que as grandes seleções estão tendo, são completamente normais. Atualmente o coletivo se sobressai ao talento individual, sendo que o individual só com segue mostrar seu diferencial se o coletivo estiver bem ajustado.

E, nesta Copa, temos inúmeros exemplos. Portugal, Argentina, Brasil... É claro que estamos assistindo a um futebol pobre. Pobre em inovações táticas, pobre em qualidade. É claro que, passada a fase de grupos, agora podem aparecer novidades, afinal, ficaram os melhores.

As tradicionais seleções tendem a crescer, os elencos tendem a se unir cada vez mais, e poderemos ter um futebol de melhor qualidade.

A própria Seleção Brasileira serve de exemplo. Passou sem grandes percalços pela primeira fase e no último jogo demonstrou um futebol coletivo muito interessante. Neymar largou mais a bola, participou coletivamente da equipe, e não houve sustos.

Avaliando os adversários, o que eles estão jogando, acredito que o Brasil possa chegar à decisão. É claro que no chaveamento, a Seleção do técnico Tite ficou com os adversários teoricamente mais difíceis. Mas quem quer ser campeão, não pode escolher adversários e deve superá-los.

Tite e a comissão técnica são estrategistas e saberão superar as adversidades, levando a Seleção à decisão do Mundial. Não será um futebol brilhante, mas suficiente para chegar aos objetivos.

Uma boa semana a todos!


CBF
Phelippe Coutinho, um dos poucos do Brasil a arriscar chutes de longe
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Jacson Miguel Stülp Jacson Miguel Stülp, jornalista de formação, especializado em Comunicação Empresarial e Marketing. Atua no meio do esporte há 20 anos como repórter, editor, setorista, assessor de imprensa e devorador de mídia esportiva. É autor, entre outras coisas, do livro Orgulho Centenário, que conta os 100 anos do FC Santa Cruz.